5 de janeiro de 2010

Lula - O Filho do Brasil

Estreou no primeiro dia de 2010 o filme "Lula, o Filho do Brasil". Antes de você que está lendo começar a pensar em política, pare e pense na história desse homem. Goste ou não dos oito anos do governo Lula, o filme vem mostrar a história de um homem que se viu no meio de uma luta que não era apenas dele, mas de toda uma classe trabalhadora. Em meio à ditadura militar, Lula era o líder mais importante dos metalúrgicos da região do ABC, na Grande São Paulo. Numa época em que o sonho de chegar à presidência da República brasileira nem era cogitado, Luiz Inácio da Silva traçou um rumo de batalhas, perdas, ganhos, sofrimentos e alegrias e chegou a um patamar que nem mesmo ele imaginou alcançar.

O filme começa em 1945. Dona Lindu, no interior de Pernambuco dá a luz a um menino chamado Luiz Inácio. Depois de o marido se mudar pra São Paulo, ela vai para a cidade grande com os filhos, onde eles podem ir à escola e se tornar alguém. A história do menino que viria a se tornar o maior líder sindical do Brasil - e, mais tarde, presidente da República - se confunde com a luta de sua mãe, que teve de aturar todo tipo de privação para que os filhos tivessem alguma dignidade. Com os ensinamentos de sua mãe em mente, Lula se engaja na luta dos metalúrgicos numa época em que lutar por algum ideal era proibido no Brasil.


A história do filme em si é muito romantizada, é verdade. Sem falar que o longa inteiro tem falhas. Mas mesmo com todo o floreio que a vida do atual presidente poderia receber, não deixa de ser uma história verídica. A trajetória de Lula pode e deve ser usada como exemplo de superação e conquistas, independente de como tem sido o seu governo nos últimos 7 anos. Nem mesmo o filme toca no assunto. A questão principal do filme é mostrar que você pode chegar a qualquer lugar, se tiver um mínimo de perseverança. Assim é o Lula do filme: um trabalhador, batalhador, que vem de uma origem humilde e consegue superar todas as expectativas quando tudo parecia ir contra ele.

E se vamos falar de perseverança, porque não falar da outra protagonista do filme, Dona Lindu? Interpretada por Glória Pires, a mãe de Lula também enfrentou o mundo sozinha para criar os filhos com dignidade. Se Luiz Inácio não convence na tela de cinema, não há quem vá discordar de que sua mãe então é um grande exemplo. Ela é mais do que só a criadora de seus filhos, é o seu porto seguro. É a que precisa ser forte quando tudo parece desabar sobre sua família.


Já adulto, Lula se engaja no movimento sindical se apresentando como o "sangue novo" que faltava àquela administração. E é colocando a sua determinação de sangue novo que ele consegue fazer as mudanças mais notáveis, não só dentro do movimento sindicalista, mas em toda a história nacional, porque seus ideais libertários chegaram a passar os limites dos acordos salariais para se tornarem ideais de esperança e liberdade. Ele foi a prova de que, para mudar é preciso força de vontade, perseverança e engajamento. Não adianta esperar que tudo caia do céu. Como já foi dito aqui várias vezes, para que haja mudanças no exterior é preciso que o interior também se transforme.

Se tudo tem dado errado, se não está do jeito que se espera, inove, tente, seja criativo, traga um pouco do "sangue novo" e seja o primeiro a apresentar as ideias e colocá-las em prática. Nunca desista e siga em frente sempre, mesmo que às vezes fique bem difícil. Nas palavras de Dona Lindu, "teima, é só teimar que dá certo".


Lula, O Filho do Brasil

Dir.: Fábio Barreto
Elenco: Glória Pires, Ruy Castro Dias, Juliana Baroni, Cléo Pires e Milhem Cortaz.
Duração: 128 minutos
EM CARTAZ NOS CINEMAS


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