26 de janeiro de 2010

"Amor Sem Escalas" - Trabalho em Equipe


Quando comecei a trabalhar na Rádio RH, existia um programa chamado "Ponte Aérea" que tinha o intuito de trazer pessoas que viajavam muito em prol do seu trabalho para trocar experiências com os ouvintes. Eles deveriam falar sobre o modo de trabalho de outros locais, a experiência de vida em outros lugares, os transtornos de se viajar bastante, etc. Acontece que o "Ponte Aérea" teve que ser cancelado, justamente porque os possíveis convidados estavam sempre viajando! Mas a experiência de pessoas que estão sempre viajando foi resumida muito bem no novo filme do ator George Clooney que estreia nos cinemas. "Amor Sem Escalas" fala sobre um homem que tem que viajar bastante para cumprir as tarefas do seu trabalho. Ele vive isolado de família e amigos e dá palestras de motivação sobre como ser individual. O curioso? Ele adora a vida que leva.


No filme, o personagem de Clooney, Ryan Bingham, ainda tem um trabalho nada peculiar. Ele é um executivo contratado por outras empresas para demitir pessoas. Isso mesmo. Ele tem a missão de tornar uma das piores horas da vida de uma pessoa um pouco menos ruim. Essa é só uma das críticas do filme, que tem vários pontos de comédia, mas que tem uma carga dramática muito forte. Afinal, Bingham é um homem solitário e aproveita a sua solidão. Ele gosta de estar sozinho. Com isso ele perde pontos com a família, que já está afastada o suficiente dele. Claro, estar sozinho não impede Ryan de ter os seus relacionamentos. Ele tem um caso com uma outra executiva, que viaja tanto quanto ele, e aos poucos vai estabelecendo uma relação de amizade com a sua nova "assistente", que ele é responsável por treinar.



Esses relacionamentos sem profundidade que ele leva deixa uma pergunta no ar? O ser humano é um animal sociável, então porque insistir na individualização? A vida não é mais fácil quando se está acompanhado? A principal desculpa que se ouve de pessoas individualistas é a velha conhecida "se quer algo bem feito, faça você mesmo". Porém, o "você mesmo" pode não ser o solucionador de todos os problemas. Ninguém tem a chave para resolver todos os mistérios do universo, mas eles até que podem ser resolvidos se cada um colaborar com o seu próprio conhecimento.



Nas organizações, o trabalho em equipe sempre é motivado pelos líderes, porém eles mesmos se esquecem de que fazem parte da mesma equipe tanto quanto o gerente, o supervisor, o motoboy ou o faxineiro. Para se ter um bom trabalho em equipe é preciso que um maior canal esteja aberto nas corporações, para que haja essa troca de informações. A divisão de tarefas é só o primeiro passo: o estímulo ao contato humano faz com que a cooperação seja muito maior. Em "Amor Sem Escalas", Ryan só começa a perceber a falta das pessoas na sua vida quando é obrigado a carregar uma junto com ele, no caso a sua assistente Natalie Keener. Natalie é a pessoa que incita a discussão, coloca os problemas em pauta e até apresenta as soluções. Querendo ou não, Ryan é obrigado a pensar.

E é assim que funciona o trabalho em equipe. As pessoas podem não saber fazer melhor o que nós fazemos, mas elas incitam a discussão, estimulam a solução dos problemas através do raciocínio. E sempre tem alguém que enxergou alguma coisa que você não viu. É sempre bom ver diferentes pontos de vista para aprimorar o seu trabalho. Não adianta querer carregar o mundo nas costas, mesmo que você seja o Atlas em pessoa. Até mesmo o personagem da mitologia grega reclamava da sua tarefa.


"Amor sem Escalas" tem várias outras lições que podem ser extraídas - inclusive a melhor maneira de se portar em um aeroporto. É uma comédia saudável, mas com aquele toque dramático que faz você sair do cinema pensando depois. O filme é do mesmo diretor de "Juno" e "Obrigado por Fumar", Jason Reitman, e quem já viu essas duas obras, sabe que o diretor tem um estilo único de colocar pensamentos na nossa cabeça.


Amor Sem Escalas
(Up In The Air)

Dir.: Jason Reitman
Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, J.K. Simmons e Danny McBride.

Duração: 109 minutos
EM CARTAZ NOS CINEMAS

15 de janeiro de 2010

Onde Vivem os Monstros

Estreia hoje nos cinemas "Onde Vivem os Monstros", novo filme do diretor Spike Jonze ("Quero Ser John Malkovich"). O filme é a adaptação de um dos clássicos da literatura infantil norteamericana. Como seria de se esperar, o filme deveria ser voltado para o público infantil, certo? Nem tanto. A ideia principal de "Onde Vivem os Monstros" é justamente falar sobre os medos e aflições que mais atingem os adultos, como a solidão, por exemplo. Esses problemas são observados através do protagonista da história, Max, um menino que anda o tempo todo com uma fantasia de lobo.

No filme, Max é o caçula de uma família de três. Ele mora com a mãe, que por ser solteira, trabalha o dia todo para levar o sustento dos filhos, e com a irmã, que está naquela fase chata da adolescência em que todos os adolescentes ficam chatos.Com esse cenário familiar, Max vive sozinho, sem a atenção da mãe e sem a amizade da irmã ou de qualquer outra criança. Por esse motivo ele sempre tem que se virar com a sua imaginação, o que faz com que ele passe metade do tempo com uma fantasia de lobo. Um dia, após uma travessura, a mãe o coloca de castigo e ele resolve fugir de casa. De tanto correr, ele acaba parando numa terra fantástico, a terra dos Monstros Selvagens. Lá, conhece Carol (voz de James Gandolfini, o Tony Soprano), KW (Lauren Ambrose), Douglas (Chris Cooper), o casal Judith e Ira (Catherine O'Hara e Forest Whitaker, respectivamente) e Alexander (Paul Dano). Um pouco desorientados, eles aceitam que o menino se torne seu rei e esquecem a ideia de devorá-lo.


Mas, como toda criança que se preze, Max promove um estado de anarquia em seu reino. "Que a bagunça comece!", determina o garoto para os outros monstros. Aos poucos, ele vai conhecendo mais sobre seus companheiros: Carol está tão perdido em si que vive em conflito com os outros, KW é introspectiva e gosta de seus momentos sozinha, Douglas é cheio de energia e iniciativa, Judith é sarcástica e dominadora, Ira é modesto e paciente e Alexander acha que não é levado a sério o suficiente pelos outros. Conforme os conflitos começam a surgir, Max descobre que nem o seu mundo imaginário é ideal. A partir daí, é hora de considerar o retorno ao lar e à realidade.

Percebe que o filme definitivamente não é apenas para crianças? Max tem que assumir uma posição de liderança no meio das criaturas e precisa colocar a ordem em um ambiente selvagem. Além disso, as criaturas tem personalidades tão fortes, que no fim das contas é Max quem precisa ser maduro o suficiente para lidar com a situação. Sua volta pra casa só vai ser determinada se todos aprenderem suas lições, inclusive ele!

Daí eu não conto mais, porque "Onde Vivem os Monstros" acabou de estrear. Então é a oportunidade perfeita para assistir pela primeira vez e se encantar com a história.

Onde Vivem Os Monstros
(Where The Wild Things Are)

Dir.: Spike Jonze
Elenco: Max Records, Catherine Keneer e vozes de James Gandolfini, Forest Withaker, Paul Dano, Catherine O'Hara, Lauren Ambrose e Chris Cooper.

Duração: 101 minutos

EM CARTAZ NOS CINEMAS

14 de janeiro de 2010

1° Encontro Gestão e Cultura - Rei Arthur

De Cine Gestão - Fotos dos Eventos

Rei Arthur, Gestão e Cultura



Ele aboliu as antigas normas de hieraqruia, despertou o cavalheirismo em todo um reino, levou a Grã-Bretanha à sua Era de Ouro e , para muitos, nunca morreu. Quem foi este homem e como podemos aprender com ele a sermos melhores gestores? É o que busca responder o 1° Encontro Gestão e Cultura, que vai trazer à tona todos os segredos do misterioso Rei Arthur para serem debatidos e incorporados ao mundo da gestão de pessoas.

O evento vai acontecer no dia 27 de janeiro, às 09 horas, no auditório da Proeduc, que fica no Largo de São Francisco, n° 34, 5° Andar - Centro do Rio de Janeiro.

Mais informações pelo telefone (21) 3553-2453.

Para aproveitar o clima e já ir se integrando do assunto, fica a dica de três filmes baseados na mitológica história do Rei.

"As Brumas de Avalon"
Especialmente prduzido para a televisão, "As Brumas de Avalon" conta a história de uma sacerdotisa que prepara o nascimento de Arthur, que viria a se tornar rei para comandar a Bretanha e salvar Avalon, o reino mágico que depois se torna o local pra onde Arthur vai após sua " quase morte". Com Anjelica Huston, Joan Allen e Juliana Marguiles.
Baseado no famoso livro de Marion Zimmer Bradley, onde toda a história do Rei Arthur é narrada através de personagens femininos.

"Excalibur"
Filme de 1981 que conta a história de Arthur tendo em vista a mitologia da espada. Durante a era medieval, o rei Uther Pendragon recebe do mago Merlin a mística espada Excalibur. Uther se apaixona por Igrayne, esposa de um dos seus aliados (Titangel), e é auxiliado por Merlin para possuí-la. Em troca, Merlin exige a criança, fruto desse relacionamento, seja entregue a ele quando nascer. Após varios conflitos, Uther é ferido mortalmente, e antes de falecer enterra a espada em uma pedra, deixando a Inglaterra sem um rei. Apenas quem retirar a espada da pedra poderá se tornar o novo rei.


"Rei Arthur"

A mais recente adaptação para os cinemas da famosa história traz um Arthur mais guerreiro e bárbaro. O filme conta uma história fictícia baseada em dados arqueológicos de que a lenda do Rei Arthur teria se originado em uma pessoa real, um comandante romano de nome Artur. No filme, que mistura as evidências históricas com elementos das lendas arturianas, Artur e seus Cavaleiros enfrentam os saxões, que invadem a Grã-Bretanha quando o império em decadência está se retirando, deixando os habitantes da ilha a mercê dos invasores.
"Rei Arthur "foca nas disputas políticas, a queda do império romano, o avanço dos bárbaros saxões, os conflitos religiosos entre cristãos e pagãos e a tentativa desesperada de Arthur em manter a Bretanha unida, onde culmina e barbárie desenfreada, afinal tudo era resolvido na espada, com sangue.

Em breve, mais sobre a história do rei-guerreiro.

11 de janeiro de 2010

2° Cine Gestão a todo vapor!

Pra quem gostou do primeiro evento, a espera está quase terminando. O 2° Cine Gestão já tem data de estreia: o3 de Fevereiro de 2010. E pra abrir bem o ano, será exibido o filme "Escritores da Liberdade", seguido de um debate sobre atitudes e mudanças internas e externas. Com o tema "Fazendo a Diferença no Ambiente de Trabalho", o Cine Gestão tem o objetivo de promover a reflexão no espectador sobre as suas próprias atitudes em seu ambiente de trabalho.

O evento se destina a gestores, gerentes, profissionais de Recursos Humanos, adminstradores, analistas e a todos aqueles que quiserem participar dessa reflexão, além de ter a chance de assistir (ou reassistir) a um filme de qualidade, estrelado por Hillary Swank, ganhadora do Oscar duas vezes pelos filmes "Meninos Não Choram" e "Menina de Ouro".


Não perca o início das inscrições, que será divulgado em breve.


Clique aqui para saber que já foi publicado sobre "Escritores da Liberdade"


Clique aqui e veja a ficha técnica do filme




5 de janeiro de 2010

Lula - O Filho do Brasil

Estreou no primeiro dia de 2010 o filme "Lula, o Filho do Brasil". Antes de você que está lendo começar a pensar em política, pare e pense na história desse homem. Goste ou não dos oito anos do governo Lula, o filme vem mostrar a história de um homem que se viu no meio de uma luta que não era apenas dele, mas de toda uma classe trabalhadora. Em meio à ditadura militar, Lula era o líder mais importante dos metalúrgicos da região do ABC, na Grande São Paulo. Numa época em que o sonho de chegar à presidência da República brasileira nem era cogitado, Luiz Inácio da Silva traçou um rumo de batalhas, perdas, ganhos, sofrimentos e alegrias e chegou a um patamar que nem mesmo ele imaginou alcançar.

O filme começa em 1945. Dona Lindu, no interior de Pernambuco dá a luz a um menino chamado Luiz Inácio. Depois de o marido se mudar pra São Paulo, ela vai para a cidade grande com os filhos, onde eles podem ir à escola e se tornar alguém. A história do menino que viria a se tornar o maior líder sindical do Brasil - e, mais tarde, presidente da República - se confunde com a luta de sua mãe, que teve de aturar todo tipo de privação para que os filhos tivessem alguma dignidade. Com os ensinamentos de sua mãe em mente, Lula se engaja na luta dos metalúrgicos numa época em que lutar por algum ideal era proibido no Brasil.


A história do filme em si é muito romantizada, é verdade. Sem falar que o longa inteiro tem falhas. Mas mesmo com todo o floreio que a vida do atual presidente poderia receber, não deixa de ser uma história verídica. A trajetória de Lula pode e deve ser usada como exemplo de superação e conquistas, independente de como tem sido o seu governo nos últimos 7 anos. Nem mesmo o filme toca no assunto. A questão principal do filme é mostrar que você pode chegar a qualquer lugar, se tiver um mínimo de perseverança. Assim é o Lula do filme: um trabalhador, batalhador, que vem de uma origem humilde e consegue superar todas as expectativas quando tudo parecia ir contra ele.

E se vamos falar de perseverança, porque não falar da outra protagonista do filme, Dona Lindu? Interpretada por Glória Pires, a mãe de Lula também enfrentou o mundo sozinha para criar os filhos com dignidade. Se Luiz Inácio não convence na tela de cinema, não há quem vá discordar de que sua mãe então é um grande exemplo. Ela é mais do que só a criadora de seus filhos, é o seu porto seguro. É a que precisa ser forte quando tudo parece desabar sobre sua família.


Já adulto, Lula se engaja no movimento sindical se apresentando como o "sangue novo" que faltava àquela administração. E é colocando a sua determinação de sangue novo que ele consegue fazer as mudanças mais notáveis, não só dentro do movimento sindicalista, mas em toda a história nacional, porque seus ideais libertários chegaram a passar os limites dos acordos salariais para se tornarem ideais de esperança e liberdade. Ele foi a prova de que, para mudar é preciso força de vontade, perseverança e engajamento. Não adianta esperar que tudo caia do céu. Como já foi dito aqui várias vezes, para que haja mudanças no exterior é preciso que o interior também se transforme.

Se tudo tem dado errado, se não está do jeito que se espera, inove, tente, seja criativo, traga um pouco do "sangue novo" e seja o primeiro a apresentar as ideias e colocá-las em prática. Nunca desista e siga em frente sempre, mesmo que às vezes fique bem difícil. Nas palavras de Dona Lindu, "teima, é só teimar que dá certo".


Lula, O Filho do Brasil

Dir.: Fábio Barreto
Elenco: Glória Pires, Ruy Castro Dias, Juliana Baroni, Cléo Pires e Milhem Cortaz.
Duração: 128 minutos
EM CARTAZ NOS CINEMAS


Feliz 2010!

2010 começou e o Cine Gestão deseja a todos muito sucesso e felicidade nesse ano que se inicia.