10 de novembro de 2010

O que é mais importante para você?

Por Aline Souza
@souzaline
@cinegestao



A insatisfação com a própria vida, a decepção com aqueles que estão próximos de nós, a apatia e falta de vontade de viver são sentimentos que muitos de nós já sofremos algum dia na vida. Há quem diga que por volta dos 30 anos todo ser humano tem o seu “divisor de águas”, onde aprende a olhar para trás, aprende com suas feridas e é obrigado a cicatrizá-las para seguir em frente, olhar adiante. Esta não deixa de ser uma boa teoria para explicar as angústias da vida. Quem nunca teve o ímpeto de abandonar tudo e seguir em outra direção? Estabilidade, status, emprego, casamento, dinheiro, tudo isso pode aprisionar uma pessoa dentro dela mesma, pode provocar a auto-sabotagem inútil, que nunca trará a felicidade almejada. Por outro lado, há pessoas que possuem a coragem de deixar tudo isso para trás quando percebe que nada faz sentido, quando percebe que a vida não tem mais sabor. Este é o caso da personagem de Julia Roberts em Comer Rezar Amar (2010), baseado na história real da escritora Elizabeth Gilbert.

O filme conta a história de Liz, uma autora de sucesso, que vive em Nova York, é casada e tem amigos, mas não tem nenhuma motivação para seguir em frente. Procura em novos relacionamentos passageiros, procura na família, mas não encontra em lugar algum. Até que um dia decide que vai passar um ano em viagem para lugares que jamais havia imaginado conhecer. Planeja-se. Segue primeiramente rumo à saborosa Itália, terra do bom garfo, onde é possível “perder” tempo tomando sorvete na praça, onde Liz abandona a culpa de comer, de se alimentar com satisfação, perde a vergonha de se lambuzar e de destinar tempo a não fazer nada, em respirar somente.

Durante o filme, outras histórias se entrelaçam à de Liz. “Na Itália, ela conhece um grupo que a adota, levando-a para restaurantes e até para casas de campo, onde passam o feriado de Ação de Graças. É na Itália que ela começa a aprender a relaxar e a alegria de não fazer nada – o famoso dolce far niente” (Pop&Arte-G1).

Em seguida chega à Índia. Ali aprende com muito esforço a se concentrar, a encontrar o fundo de seu EU, a se respeitar mais e descobre também que há pessoas que precisam fazer aquilo que sabem fazer, aquilo que sua essência permite que se faça. Percebe, principalmente, que o silêncio é um pedacinho do céu que desce até o ser humano.

“Na Índia, ela conhece Richard (Richard Jenkins), um texano que implica com o seu jeito, até que se torna seu amigo e uma espécie de mestre, mesmo com pouca relação com a religião” (Pop&Arte-G1).

Ao chegar à Indonésia para rever um guru que previu sua volta, ela tem a oportunidade de amar. Mas não os amores fugazes que havia tido, onde ela se anulava para se tornar o outro e viver a vida do outro, mas sim um amor que a pudesse instigar, criar mistérios e tranqüilidade. Quando Liz, já cansada de negar os comentários de que precisava arrumar um marido e já cansada de se indignar com a afirmação de que toda “mulher precisa de um homem”, ela se rende à paixão por Felipe (Javier Bardem). “Na Indonésia, ela reencontra o seu verdadeiro guru, que propõe que ela encontre o equilíbrio entre o prazer e a censura. Também em Bali, ela é apresentada para uma curandeira, que, junto com a sua filha, são responsáveis pelo momento mais emocionante do longa” (Pop&Arte-G1).

Ainda que o filme cometa certos pecados culturais, retratando os clichês e as caricaturas de alguns países, é inevitável a sensação de sair do cinema louco para pegar um avião e aterrissar em Roma. A impressão que temos é que a Índia é muito mais rígida do que imaginamos ser e que lá faz muito mais calor, já que Liz aparece menos “bonita” em sua passagem pelo país. Já em Bali, sua áurea volta à conexão com a beleza.

No dia a dia das empresas por muitas vezes nos vemos assim, desmotivados, cansados de tudo e de todos, com vontade de sair, fechar a porta e não olhar para trás. Mas é justamente nesse momento que precisamos parar tudo, repensar os rumos tomados e retroceder onde erramos para conseguir seguir em frente aprendendo com nossos erros. Não é fácil amadurecer, este é um processo doloroso na vida pessoal e profissional. Às vezes, por mais que tenhamos sucesso e sejamos bons profissionais, isso não faz de nossos comportamentos os melhores dentro de uma organização e para com outras pessoas.

Embora baseado em um livro de vivências, o filme está longe de ser uma auto-ajuda. Ele é capaz de nos fazer ver a importância das metas e objetivos traçados, a importância de cumpri-los, ainda que durante o percurso tenhamos problemas, contradições a serem vencidas e que seja necessário leveza e menos rigidez para cumprir com o caminho traçado. Comer Rezar Amar levanta o debate sobre a questão: o que é mais importante para ser feliz? Esta resposta o Cine Gestão deixa para vocês!

Acesse também o Site Oficial do filme


Casal de atores na Premier de Nova York

FICHA TÉCNICA

Diretor: Ryan Murphy
Elenco: Javier Bardem, Julia Roberts, James Franco, Billy Crudup, Richard Jenkins, Viola Davis, Tuva Novotny, Ali Khan, Lidia Biondi, Arlene Tur, Luca Argentero, James Schram
Produção: Dede Gardner, Brad Pitt
Roteiro: Ryan Murphy, Jennifer Salt
Fotografia: Robert Richardson
Trilha Sonora: Dario Marianelli
Duração: 133 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: Plan B Entertainment




Assista ao vídeo

1 comentários:

Película Criativa disse...

Comer rezar amar é um filme simpático, Julia Roberts está muito bem no papel, mas acho que o filme está longe de ser ótimo. È simplismente um filme pipoca.

Parabéns pelo blog!